Albano Martins, citando Raul Brandão:
«Morro com a ideia de que a minha farrapada não serve
para nada». A sua obra seria apenas «alguns riscos na parede — e mais nada».
Albano Martins, recentemente falecido, discorda:
«Não. Também ela, nestes tempos de alucinada
aceleração e derrapagem, nos serve de guia, quando a língua — a nossa — todos
os dias se vê maltratada, sofrendo tratos de polé por parte dos que deviam
respeitá-la e cuidá-la: nos jornais, na rádio, na televisão, em todos os
lugares da escrita e da fala. Lá onde tantas vezes a vemos abastardada, poluída,
e onde no-la servem, não raro, como vinho a martelo.»
(Albano Martins, em O PORTO DE Raul Brandão, Porto,
Campo das Letras, 2000, página 77)
Albano Martins, na continuação, recomenda a leitura de toda a obra de Raul Brandão e também dos clássicos.
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